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Ar Fresco

quarta-feira, outubro 11, 2006

MIT ofusca tudo (II)

Novamente, repito, parece que o recente acordo com o MIT resolveu todos os problemas do ensino superior. Então se ao MIT juntarmos as directivas resultantes do Processo de Bolonha, temos do melhor que existe em termos de ensino superior na Europa e, quem sabe, no mundo.

As aulas ainda não começaram em muitas universidades e institutos, mas existem imensos problemas que a imprensa e blogosfera parecem ignorar. Os cursos, actualmente, são uma coisa bonita e bem estruturada para quem inicia agora o seu percurso académico na universidade. Para os que se encontravam no penúltimo e últimos anos dos respectivos cursos, este início de ano lectivo tem sido um pesadelo. Em muitas universidades não estão a permitir a alunos do regime anterior que concluam os anos que faltam, obrigando a uma migração para o novo regime com toda a trapalhada que advém das equivalências. Vou nomear apenas 1 caso que me é próximo, como exemplo, mas muitos mais haverá por aí:

ISA - Universidade Técnica
- Uma aluna que transitou para o 5.º ano, no Curso de Engenharia do Ambiente, foi obrigada a migrar para o currículo bolonhês - não permitiram completar o último ano no regime antigo. Resultado, como o curso condensou o número de cadeiras, inclusive acabou com algumas fundamentais para a área, os alunos do 5.º ano vão andar na boa vida, quase sem cadeiras e a fazer cadeiras que não têm relevância para a àrea, por exemplo, cadeiras de Arquitectura, etc. Em contrapartida, prometeram equivalências para o 1.º ano do Mestrado, ficando estes alunos, fazendo apenas com mais um ano, mestres. O problema é que a Ordem dos Engenheiros ainda não avaliou o mestrado bolonhês e, por isso, não acreditará curso nenhum, nem mestrados. Por outro lado, o curso com 5 anos está reconhecido na Ordem, mas estes alunos não o poderam completar...

Em Portugal é tudo muito bonito, mas as coisas não são reflectidas e não se acautelam os períodos de transição. O mesmo já me tinha acontecido a mim com o IMI, aquando da alteração deste imposto - nas finanças todos os funcinários sabiam tanto quanto nós contribuintes... quase nada.

NOTA - acredito que a trapalhada bolonhesa não se passe em todos os cursos, universidades e institutos, mas já tive relatos de situações semelhantes noutras instituições.